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Como as pétalas da florzinha


florzinha

Sopra sua florzinha, filho. Observa, extasiado, cada pedacinho dela que voa desgovernado. Dá aquele sorriso espontâneo e arteiro ao ver o que seu fôlego é capaz de fazer. 

Enquanto isso, eu, que te olho encantada, mentalizo, nessa florzinha, todas as suas dores, suas angústias, suas ansiedades e tormentos. Toda a frustração que você, por um acaso, tenha. Todos os olhares tortos e a incompreensão que já possa ter recebido. E vejo tudo ir embora em um sopro, levado pelo vento, sem nenhum destino certo a não ser para longe de você.

Não seria ótimo se toda a tristeza, a frustração e as dores de quem a gente ama pudessem ir embora em um sopro como as pequenas pétalas da florzinha? E se pudéssemos potencializar isso para que a florzinha concentrasse todas as dores do mundo, e que elas, com um sopro, se dissipassem?

Ah, pequeno, é uma pena que isso ainda não seja possível. Incerto é o destino das nossas dores e das dores do mundo. Mas certo é o amor sem limites que tenho por você e a vontade interminável de fazer o que for necessário para te ajudar a navegar, da melhor forma possível, esse mundo caótico, que se move em turbilhão como as pétalas esvoaçantes da florzinha.

Certo é que nunca vou desistir de você.

É certo, também, que o cansaço chega muitas vezes, mas ele vai embora com o primeiro sorriso arteiro que você dá. E, perto do seu sorriso espontâneo e feliz, todo o resto do mundo perde a importância.

Tudo some no vento e foge à vista. Bem como as pétalas da sua florzinha.      

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