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Você é do grupo que julga ou do grupo que ajuda?

Na última semana, um menino autista da idade do meu filho morreu ao cair do 13o de um prédio. Nas matérias dos portais de notícia, foi informado que a mãe dele estava no supermercado.


Fiquei sabendo que ela começou a ser muito atacada, chamada de irresponsável, acusada de ter provocado a morte dele.

Eu queria dividir com vocês o porquê disso ter me incomodado tanto.

Sabemos que 78% dos pais abandonam a família quando uma criança é diagnosticada com uma síndrome rara.


Sabemos que grande parte das mães de crianças e adolescentes com deficiência são mães solo. Também sabemos que a maioria não tem rede de apoio. Muitas vezes, a família vira as costas.

A sociedade dá um tapinha nas costas dessas mães, as chamam de “especiais”, e também vira as costas logo em seguida. O Estado também se omite ao faltar com políticas públicas.

A mãe é especial e “escolhida por Deus” até a página 2. Porque tudo, absolutamente tudo o que acontecer com essa criança ou adolescente cairá sobre os ombros dela. Quem dava tapinha nas costas até uma semana atrás, agora está dando pedrada.


Alguém sabe como era a situação dessa mãe? Se o filho tinha sensibilidade sensorial que o impedia de usar máscara e ela foi proibida, outras vezes, de entrar no mercado com ele? Ou se ele simplesmente não suportava o ambiente do mercado pelas mesmas questões sensoriais e ela não tinha como levá-lo? E também não tinha quem se dispusesse a ficar com ele? Se qualquer dessas hipóteses for verdade e acabou o alimento da casa, o que ela poderia fazer de concreto?


Gente pra julgar, apontar o dedo e jogar pedra em uma “mãe especial” tem aos montes. Gente pra estender a mão e ajudar é artigo raríssimo.


Em qual dos grupos você se encontra?

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