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Eu escolho a felicidade

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“Felicidade é um modo de se viajar, e não um destino” ~Roy Goodman

…E eu escolho viajar feliz! Não, meu amigo. Esse não é um blog de lamentação. Se você chegou até aqui esperando uma mãe lacrimosa, desesperada, tateando desesperadamente por uma luz no fim do túnel, você veio ao endereço errado.

Se você esperava ler que meu mundo acabou, que o arcoíris desvaneceu-se no céu, que as rosas só têm espinhos, você também veio ao endereço errado.

Meus 36 anos de vida se dividem em “antes do Theo” e “depois do Theo”. E, definitivamente, não há espaço para negativismo ou pessimismo na fase “DT”. E por que? Porque, na minha concepção, essa é a única vida que eu vou ter. Portanto, é minha única chance de ser feliz. Não vou perder tempo chafurdando na lama da negatividade e da autopiedade. Não a pessoa que eu sou na era “depois de Theo”.

E, assim, pela mesma concepção, essa é a única vida que o meu filho vai ter. E a última coisa que ele precisa é de uma mãe sofredora, carregando o peso da humanidade sobre os ombros, chorando pelos cantos, culpando-o, indiretamente, por todos os sonhos não realizados. Ele também tem só uma chance de ser feliz e eu vou fazer o possível para que isso aconteça.

Porque escolho acreditar que o pior já passou. Escolho acreditar que meu filho só tem a progredir. Escolho acreditar que as coisas só têm a melhorar.

Se um médico não vê potencial no meu filho, substituo o médico. A mesma coisa com terapeutas e professores.

Porque tenho conseguido, aos poucos, superar a dor que tinha ao ver os filhos das outras pessoas brincando de pega-pega, de boneca, cantando, conversando. Para mim, são outras pessoas. Não consigo compará-los ao meu filho. Seria praticamente aquele chavão de “comparar bananas com maçãs”.

Porque meu filho, meu único filho, é lindo, carinhoso, inteligente, capaz. Os defeitos que ele, porventura, tiver, são infinitamente menos graves que os meus.

Porque eu choro. Eu fico triste. Mas passa. Todo mundo tem momentos ruins. Isso não quer dizer que a vida inteira é ruim.

Porque eu não tenho escolha. Tenho esse impulso irritante de querer ser feliz apesar de qualquer circunstância. E, também, desejo o mesmo para as pessoas que eu gosto e convivo.

Portanto, se você é uma das pessoas que eu gosto – ou com quem eu convivo – e insiste em ser infeliz, posso tentar te ajudar. Mas não posso mudar a forma como você vê as coisas. Isso, só você pode fazer.

E, se você, realmente, não quer mudar o seu prisma, pelo menos, não tente  mudar o meu. Não tente tirar de mim o que meu filho mais precisa: uma mãe que acredita nele. E que vai fazer de tudo para ser feliz com ele e ao lado dele sob qualquer circunstância.

Imagem: Shutterstock

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