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Mateus é demais mesmo

Nesta semana, a publicidade inclusiva deu mais um salto: em um filme de Omo, várias crianças de todos os tipos físicos possíveis. E, no meio delas, o meu Theozão, de 9 anos, que vocês conhecem muito bem. (Lola está aqui me cutucando e pedindo pra mencionar a participação dela também!) 🙂

Além do Theo, também havia um lindo garotinho com Síndrome de Down. Todos juntos e misturados, vivendo situações divertidas em família, se sujando, rindo, brincando, como deve ser.

2017, sem dúvidas, vai entrar para a história da publicidade no Brasil!


Mateus é o nome do lindo garotinho com Síndrome de Down que encantou a todos no final do filme. Também fiquei tão apaixonada por ele que entrei com contato com o Landim, pai do Mateus, que mantém o instagram @mateusehdemais . E aqui está um pouquinho da história dessa criança linda, feliz e sorridente!


Mateus é demais

Oi gente!! Meu nome é Landim e eu sou o Papai da Sophia e do Mateusinho. Como a grande maioria dos pais, eu sou aquele babão que acha os filhos os mais lindos, fofos e inteligentes!! Na verdade, eles são bem diferentes: Sophia é tímida, prestativa e organizada. Mateusinho tem 4 anos, é extrovertido, simpatia em pessoa e bagunceiro. Ah, e ele tem Síndrome de Down!

Arquivo Pessoal


Ainda no comecinho da 2a gravidez da Karla, minha esposa, nós descobrimos que nosso bebê tinha uma alteração genética, com boas chances de ser grave. Desespero total, choro, questionamentos, mais choro! E que alteração seria essa? Resposta de um dos doutores: “Vamos ter que fazer um exame coletando material da placenta, mas não se preocupem que, das aberrações, a natureza cuida”. Ham?! Hein?! Que falta de trato….Independente de qualquer coisa, ja é nosso filho, do jeito que Deus nos enviou, não interessa!

Uma semana depois, chega o diagnóstico: Síndrome de Down! Confesso a vocês que acabou sendo um grande alívio para nós frente a tanta coisa que escutamos dos médicos e do Dr. Google, que nos alertava de riscos para mamãe e para bebê.

O bom de sabermos antes que nosso filho seria diferente foi que deu pra gente se preparar, conhecer um pouco mais sobre Síndrome de Down e suas implicações. O que era difícil de encontrar era como era a vida dessas crianças e famílias. Informações sobre cromossomo, genética, fenótipos, divisão celular, isso tudo é fácil de achar, mas quer saber, era o que menos importava. Foi aí que eu e minha esposa resolvemos que nosso filho era o Mateusinho, e ter Síndrome de Down era só mais uma característica dele. As pessoas iriam enxergá-lo da forma como nós o enxergássemos, e para nós ele não era uma síndrome, era nosso segundo bebe fofo que iria chegar!

Providência número 1: avisamos a todos os amigos e familiares que nosso bebê era um menininho e que teria um cromossomo a mais, mas que isso pouco importava para nós no que diz respeito ao amor!

E assim fomos levando os meses restantes de gravidez, até que, na 34a semana, após o ultrassom, PARTO DE EMERGÊNCIA, agora! Quem já passou por isso sabe como é: corre corre, bebê prematuro, insegurança e etc… Sabe o que aconteceu? A maternidade encheu de amigos e família, da mesma forma quando Sophia havia nascido. E, por um momento, achei que poucos iriam, pois sabiam que ele era “especial”…ledo engano, graças a Deus!

Mateusinho veio prematuro, mas foi logo surpreendendo. Nasceu maiorzinho do que a ultra indicava, não teve problema respiratório e não teve cardiopatias, nada de UTI. A melhor de todas as notícias! Nos sentíamos cada vez mais abençoados! E assim começou nossa nova vida.

Uma das primeiras coisas que procuramos fazer foi conhecer outras famílias na nossa mesma situação. E como isso foi importante! Se eu pudesse dar uma única dica do que fazer quando você descobre que seu filho tem uma deficiência, seria essa, sem dúvida. Conhecemos pessoas maravilhosas, mães e pais dedicados que lutaram muito para que as coisas mudassem e evoluíssem, mesmo sabendo que talvez seus filhos pouco usufruíssem dessas conquistas. Sem dúvida, essa era uma causa que nós abraçaríamos, e até hoje são nossos melhores amigos.

Desmistificadas muitas coisas, era a vez da vida real. É fácil?! Não, de jeito nenhum. Muda a rotina da família? Muda, muda tudo. Terapias e mais terapias… É cansativo? E como! Principalmente para o Mateusinho! Como vocês conseguiram? Sendo mãe e pai! E é assim na maioria das famílias, independente de qualquer coisa. Aquele amor inexplicável faz com que as coisas aconteçam, às vezes com muito sacrifício, mas sempre com muita dedicação, as coisas acontecem.

Se na era digital, nossas fotos com a Sophia iam parar nas redes sociais, com o Mateus não podia ser diferente. E aí a fofura começou a fazer com que nossas fotos fossem mais comentadas. Então, eu tive uma ideia: vou fazer um perfil só para o Mateusinho. E não vai ser um perfil sobre Síndrome de Down. Vai ser diferente, vai ser dele mesmo, afinal, ele é muito mais que um cromossomo extra. E, para ser mais diferente ainda, vai ser o Papai que vai escrever, porque Pai também participa! E assim nasceu o perfil do mateusinho @mateusehdemais, escrito em 1a pessoa, como se fosse ele falando, usando o papai como instrumento. E nada de lamento ou tristeza. Vou mostrar como somos felizes e como vivemos a nossa vida. Aqui não tem um downzinho, tem um filho!

Daí em diante, as coisas vão acontecendo sem você se dar conta. Amigos e mais amigos, curtidas, reportagens, matérias, entrevistas, e o mais legal de tudo: pessoas com filhos com Síndrome de Down de todo o mundo relatando suas experiências, tirando dúvidas e nos agradecendo. Como é bom esse sentimento de fazer o bem a outro! Ah, os haters aparecem também, mas não vale a pena se ligar a eles.

Enquanto isso, Mateus foi crescendo e evoluindo, no ritmo dele, com as dificuldades dele. Nós aprendemos que, quando a gente tem um filho com deficiência, temos muito mais alegrias, pois aprendemos a comemorar cada pequena conquista, por menor que pareça, desde o dia que ele rolou, sustentou o pescocinho, ao dia que sugou no canudinho…e como é bom comemorar com nosso filhos essas pequenas coisas!

Mateus demorou a andar, ainda nem aprendeu a falar e a pular, mas nunca nos desestimulou. Ele continua arrasando e sendo nosso fofinho! Entrou na escola cedo, com 1 ano e pouquinho, escola regular como manda a lei. É diferente? Claro que é diferente. Apesar de pequeno, ainda quando as diferenças são menores, ele não é como as outras crianças. E não precisa ser. Ele tem um cromossomo a mais e isso tem implicações. O que precisa é que ele seja entendido e estimulado, respeitando suas diferenças. Na realidade, isso deveria valer para todas as pessoas com ou sem deficiência. O nome disso é inclusão, respeito às diferenças, oportunidade aos diferentes!

Hoje, continuamos sendo uma família feliz. Mateus continua arrasando nas redes sociais e por onde passa. Eu deixei de ser o Landim e passei a ser o “Pai do Mateusinho”. As terapias e o corre corre continuam. Os desafios aparecem e nós continuamos a enfrentá-los. Fazemos parte de uma associação e lutamos para mudar o que não está certo, o que não é nada fácil. Mas a vida é assim, e ela passa. Cabe a nós vivenciá-la. E nós escolhemos viver na fé e na alegria!

Como diria meu filhote, beijocas e obrigado pelo carinho! Ah, sigam ele e se apaixonem também!

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