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Para Theo: feliz aniversário!!

Era uma segunda-feira fria de Junho. Eu e o seu pai juntamos as malas e fomos para o hospital.

Eu estava com praticamente 40 semanas de gestação e você era, segundo os ultrassons, bem grande.

Com aquele avental verde, fui para a sala de cirurgia. O seu pai ficou na outra sala enquanto o procedimento da anestesia era feito…coisas que os médicos exigem.

Era difícil sentar na maca com aquela barriga imensa…tinha um Theozão ali dentro! O médico anestesista me pediu para inclinar para a frente e relaxar. Nesse ponto, não sei qual das duas coisas era mais difícil.

Depois disso, seu pai entrou na sala. Mais tarde, fiquei sabendo que a cesariana já tinha começado, mas ele teve que fazer cara de paisagem. O motivo é que eu deixei escapar para a médica que tinha um medo irracional de sentir dor mesmo com a anestesia. Então, ela, simplesmente, começou a cirurgia sem me contar. Afinal, era como se eu não existisse da barriga para baixo…não sentia nada, mesmo.

E o anestesista puxava papo. A médica auxiliar, também. Seu pai fazia carinho na minha cabeça. E eu nem desconfiava que você estava prestes a nascer. Aquele pano verde, erguido na minha frente, não me deixava vislumbrar nada do que estava acontecendo. Sorte minha.

Após algum tempo (que eu não tenho noção de quanto foi), a médica disse: “Andréa, você está preparada?”. E eu respondi: “Sim, você vai começar?”. E ela manda: “não, porque ele vai nascer”.

Cinco segundos se passaram…e eu ouvi o choro mais lindo de toda a minha vida: o seu. E o coração quis sair pela boca, e eu chorei de alegria e de alívio por ver que estava tudo bem com você. E eu fui a última daquela sala a te ver. Seu pai já estava lá, pulando ao seu redor, e nada de me mostrarem o meu bebezinho. Daí, te trouxeram rapidamente e eu pude ver o pezinho que empurrava a minha costela. E, após alguns minutos, te colocaram em cima do meu peito. E eu falava com você…e, quando parava, você chorava.

E, naquele momento, com o seu coração batendo junto ao meu, me bateu um desespero: será que ele vai gostar de mim? Será que vou saber cuidar dele? Será que vou fazê-lo feliz? Será que vou ter sempre a palavra necessária para fazê-lo parar de chorar?

E essas perguntas ainda me atormentam de vez em quando, filho. Porque, no final das contas, ser mãe é sofrer. É se achar incompetente com frequência. Porque queremos o impossível e o inatingível: que nossos filhos sejam sempre felizes, nunca sintam dor nenhuma e sejam amados e acolhidos por todos.

E, nesses quatro anos, eu, que achava que ia te ensinar tanto, tenho é aprendido muito mais com você.

E, de todas as coisas que você me ensinou, o mais importante é que ser feliz é uma decisão que temos que tomar todos os dias. Não adianta ficarmos esperando a vida sorrir, o céu clarear, tudo ficar perfeitamente alinhado.

E essa decisão de ser feliz não é tão difícil de ser tomada. Basta olhar pra você, no seu pijaminha, todos os dias pela manhã. Basta você vir me dar aquele beijo e olhar bem dentro dos meus olhos.

Você já foi pequenininho…os pijaminhas vão crescendo. Meu amor por você, também, nunca para de crescer.

Feliz aniversário! Que a vida, pra você, seja tão gostosa quanto os brigadeiros que a tia Dedê faz (e que você vai comer amanhã)!

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