A Taylor Swift tem uma música tão linda que eu me pergunto como uma garota de 20 anos, sem filhos, pode ter tido essa inspiração. Aqui vai um pedaço da letra em inglês:
“Your little hand’s wrapped around my finger And it’s so quiet in the world tonight Your little eyelids flutter cause you’re dreaming So I tuck you in, turn on your favorite night light To you everything’s funny, you got nothing to regret I’d give all I have, honey If you could stay like thatOh darling, don’t you ever grow up Don’t you ever grow up, just stay this little Oh darling, don’t you ever grow up Don’t you ever grow up, it could stay this simple I won’t let nobody hurt you, won’t let no one break your heart And no one will desert you Just try to never grow up, never grow up” (Taylor Swift, Never Grow up)
E, aqui, vai a tradução:
“Sua mãozinha está segurando o meu dedo
E o mundo está tão quieto esta noite
Suas pequenas pálpebras se mexem porque você está sonhando
Então eu te envolvo nas cobertas e ligo seu abajur favorito,
Pra você, tudo é engraçado, você não tem arrependimentos
Eu daria tudo o que eu tenho, querido
Pra que você ficasse assim
Oh querido, nunca cresça, nunca cresça, fique pequenininho assim.
Oh querido, nunca cresça, nunca cresça, tudo poderia continuar simples assim
Não vou deixar ninguém te machucar,
não vou deixar ninguém quebrar seu coração
E ninguém vai te abandonar
Só tente nunca crescer”
E eu estou, nesse momento, olhando o Theo deitado na cama do hospital, onde veio fazer alguns exames que necessitavam de sedação.
Ele dorme segurando seu carrinho. Tão frágil, tão longe, tão inocente e sem arrependimentos, como a própria canção diz.
E tudo o que eu mais queria nesse mundo era justamente que ele nunca crescesse…como pode??
Não tenho como dizer se as mães de crianças típicas também se sentem assim. O fato é que o futuro é assustador pra mim, por mais que eu consiga afastá-lo mentalmente a maioria das vezes em que ele tenta surgir pra me assombrar.
E, enquanto o Theo está assim, eu posso protegê-lo de praticamente tudo. Posso cuidar dele, colocá-lo na cama, saber com quem ele convive na escola, evitar que ele se machuque várias vezes.
Ao mesmo tempo, de nada ia adiantar uma criança que não cresce com uma mãe que envelhece. Não sou eterna…não estarei aqui pra sempre. E esse é o paradoxo que nós, mães de crianças com necessidades especiais, vivemos. Não queremos que elas cresçam nunca. Ao mesmo tempo, temos uma necessidade pungente de que elas cresçam e se tornem independentes para quando não estivermos mais aqui.
E é pra isso que vamos continuar trabalhando, sempre!
E eu não tinha pretensão alguma de chegar a uma conclusão com esse post. Foi só um desabafo mesmo. Talvez, resultado de 2 dias bem estressantes em um hospital.
Agora, peço a licença de vocês pra voltar ao meu exercício de contemplação com o baixinho que dorme na cama…enquanto ainda posso chamá-lo assim!
Imagem: Shutterstock
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