Como eu já tinha comentado no post anterior, o Theo começou a ficar mais “sério” após o primeiro aninho. A gente notava, também, que era muito difícil chamar a atenção dele pra que ele olhasse pra câmera na hora das fotos. Vou tentar mostrar, aqui, alguns sinais que ele já demonstrava de que tinha algo errado. Acho que isso pode ser útil pra alguém que passe pela mesma situação. Quando o Theo fez 1 ano e 3 meses, ficou fissurado por carrinhos. Mas ele brincava com os carrinhos de uma forma pouco usual: deitava no chão e ficava passando o carrinho pra lá e pra cá, olhando as rodinhas se mexerem. Um pouco mais tarde, começou, também, a virar o carrinho ao contrário e girar as rodinhas. Ele ficava horas naquilo, se deixássemos. Por mais estranho que parecesse, sempre tinha algum parente ou amigo pra dizer “mas fulano brincava sozinho qdo era pequeno” ou coisa parecida. Então, ignoramos isso também.
A fixação por rodinhas extrapolou os carrinhos. Qualquer rodinha que ele visse, mexia. Inclusive as rodas dos carrinhos de bebês que passavam na rua ou a dos carrinhos de levar bagagem no aeroporto. Uma vez, briguei muito com ele justamente porque queria se deitar no chão, em plena sala de desembarque de Congonhas, para mexer na roda de um carrinho de bagagem. No carnaval de 2010, fomos a Porto de Galinhas. Comprei baldinho com pás, forminhas, todo aquele aparato que crianças adoram. Chegamos lá e, para a nossa decepção, Theo não queria saber daquilo, nem de brincar na areia, coisa que víamos todas as outras crianças fazendo, felizes. O que ele queria era ficar correndo sem direção pela praia. E nós, desesperados, atrás. A única distração, pra ele, era o DVD portátil. Aquilo me incomodou bastante…por que meu filho não quer brincar na areia?? Mais uma vez, pensei que era alguma característica da personalidade dele.
Andando, sem rumo, pela praia
O dvd era a única salvação
Por mais que o pai chamasse, não olhava para a câmera
Também notamos que ele não dava mais “tchau” e nem batia palminhas. Apesar de tudo isso, continuava cantando suas musiquinhas, falando algumas poucas palavras e, como sempre, muito afetuoso e brincalhão, pelo menos comigo e com o Leandro. Com quem não conhecia, agia como uma criança tímida: na maior parte do tempo, ignorava.
É importante pontuar que levávamos o Theo à pediatra periodicamente. E ela nunca notou nada de estranho nele. Como fui descobrir depois, a maioria absoluta dos pediatras não sabe reconhecer sinais de autismo em uma criança nessa idade.
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