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Acho que o filho de uma amiga é autista. E agora?


Imagem: Shutterstock

“A mente humana não é um lugar super lógico ou consistente. A maioria das pessoas, se tiverem a opção de encarar uma verdade horrenda ou aterradora ou, convenientemente, ignorá-la, escolhe a conveniência e paz da normalidade. Isso não as faz pessoas fracas ou fortes, ou boas ou más. Isso só as faz pessoas. .” ~ Jim Butcher

Como já comentei anteriormente, autismo é bem mais comum do que a gente imagina. Nos EUA, a estatística é de 1 em cada 68 crianças. Esse vídeo aí, feito para a conscientização do autismo, mostra isso. O personagem que está narrando é o Tommy Hilfiger…que tem uma filha autista! (Se você não entende bem inglês, clique no “CC”. Não é a melhor legenda do mundo, mas ajuda).

O problema é que acabamos, sempre, focando no preto ou no branco. Lembramos, normalmente, dos casos mais graves (tipo o “Rain Man”) ou dos casos mais leves ou “nerd-caricatos” (como o Sheldon, do The Big Bang Theory). E a verdade é que, entre o preto e o branco, existem várias tonalidades de cinza!

Estou dizendo isso porque tenho sido muito abordada, no blog, por pessoas que estão começando a notar essa sutileza do cinza nos filhos de seus vizinhos, amigos e irmãos. E, daí, vem a pergunta: “Acho que o filho da minha amiga é autista. Como falar com ela?”.

Infelizmente, não tem uma resposta fácil pra isso. Eu, mesma, já passei por esse tipo de situação. E fiquei bem perdida, sem saber o que fazer. O que já reparei, com base na pequena experiência que tenho no assunto, é que, pais, normalmente, se dividem em dois grupos: os que entram em negação e os caem a ficha rapidamente.

Eu e o meu marido nos enquadramos no grupo dos que caem a ficha rápido. Quando recebemos a notícia bombástica da escola, fomos a alguns médicos e não nos conformamos com os que diziam que ele não tinha nada. Em um mês, Theo estava sendo tratado. Agora, a mesma diretora da escola do Theo me contou que é extremamente comum, nesses casos, os pais entrarem em negação. Falam que o filho é assim porque nunca foi à escola, ou porque não tem primos e irmãos, ou porque um dos pais não fala bem português, e por aí vai. E o que fazem em seguida? Tiram o filho da escola. É triste, mas acontece e bastante.

E, independente do grupo em que se encaixam, nenhum pai ou mãe gosta de receber esse tipo de notícia sobre o filho! Outro dia, ouvi a analogia perfeita: é como você contar pra uma amiga que viu o namorado dela com outra. Você passa por uma situação super desagradável, querendo ajudar, mas corre o risco da amiga ignorar a informação e ainda  ficar com raiva de você. Então, devo dizer que fica totalmente a seu critério falar ou não. Mas, se falar, esteja preparado para perder a amizade.

O que posso dizer é que, no meu caso (note bem, no MEU caso), eu gostaria, sim, que alguém tivesse tido a coragem de me falar antes da professora. Simplesmente, porque, isso significaria mais tempo de terapia para o Theo. O momento em que o cérebro da criança mais se desenvolve é até os 3 anos de idade. Intervenção, nesse momento, é crucial. Então, leitor(a), fica a seu critério. E boa sorte!

Imagem: Shutterstock

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