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Tirando a fralda

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Conversando com outras mães, percebi que o desfralde é uma das maiores angústias pra todo mundo. Qualquer mudança de rotina é difícil pra criança…e costuma ser, ainda mais, para os pais!

Vamos ser honestos: ninguém gosta de trocar fralda de cocô. Quando o Theo era bebezinho e só mamava no peito, eu reclamava bastante dos cocôs explosivos que ele fazia. O comentário da minha sogra era direto: “não reclame, porque vai piorar”.

E o impensável aconteceu: piorou, mesmo, assim que ele começou a comer outras coisas além do leite! Daí, veio o diagnóstico de autismo e todas as incertezas que ele carrega. E, dentre elas, uma muito básica: será que meu filho, um dia, vai ficar livre das fraldas? E a resposta foi SIM!

Cara leitora que NÃO tem um filho autista, isso serve pra você também: se eu consegui tirar a fralda de uma criança que não fala e não avisa quando quer fazer xixi ou cocô, você vai conseguir tirar a fralda do seu filho também! Acredite!! 🙂

Vou contar um pouco da minha experiência pra vocês. O que acontece é que, desde menorzinho, notamos que o Theo se abaixava quando ia fazer cocô. Era um aviso bem claro: ele ficava de cócoras, com cara de concentração extrema. Cinco minutos depois, estávamos eu e Leandro discutindo sobre quem ia trocar aquilo.

Por volta dos 2 aninhos, começamos a levá-lo para o vaso assim que ele se abaixava. E ele não se opôs, não. Fazia o cocô, ali, sempre que a gente conseguia levá-lo a tempo.

Outra coisa que ajudou muito no processo do cocô, desde o início, foi o Cocoricó (viva o Hélio Ziskind!!). A gente colocava ele no vaso e começava a cantar a música do cocô. “Uhhhhhhh, ele faz o cocôôôô, uouou”. E, em meio às risadinhas, ele acabava liberando o dito cujo. E dava tchau pro cocô, depois, na maior festa. Ah, você não conhece a música do cocô?? Que pecado! É uma arma muito útil! Libere a “mãe palhaça” que existe em você! Aí vai o clipe:


E o tempo foi passando, e a gente ainda fugindo do desafio do xixi no vaso. Afinal, o xixi não tinha aviso. Ele fazia de pé, sentado, dormindo, tudo na fralda, obviamente.

E como seria a retirada total da fralda? Em outubro de 2011, quando o Theo completou 3 anos e 4 meses, resolvemos encarar o desafio. Combinamos com as terapeutas dele de tirar de vez. Isso significa que, uma vez que você tirou, não tem mais papo! Não tem “mas nós vamos ao restaurante e eu resolvi garantir”. TIROU! Pronto. E lá fomos nós.

Outra coisa importante é que optamos por não usar o troninho intermediário. Colocamos ele direto no vaso sanitário só com um adaptador de assento e um banquinho. Algumas pessoas nos relataram que seria outro “parto” tirá-lo do troninho para o vaso sanitário, então preferimos ir direto pra última opção.

Como ele não avisava quando estava com vontade, colocamos uma rotina de levá-lo ao banheiro a cada meia hora, pra começar. O processo era abaixar, olhar nos olhos dele e perguntar: “você quer fazer xixi?”. Em seguida, levá-lo ao vaso e fazer toda aquela festa para o xixi, dar tchau para o xixi, elogiar o garoto crescido que fez xixi no vaso (igual ao papai!) e, por aí, vai. E o que aconteceu foi o seguinte:

  1. No primeiro dia, mesmo assim, aconteceram uns 4 “acidentes”.

  2. No dia seguinte, só 2 acidentes

  3. E, a partir daí, só acidentes isolados. YAY!

A mesma instrução foi dada para as professoras na escola e funcionou perfeitamente. Também aconteceram alguns acidentes, então, eu sempre mandava roupinhas extras.

O único efeito colateral foi que, às vezes, ele ficava meio bravo por ser interrompido a cada meia hora e prendia. Mas isso passou com o tempo. E, assim que percebemos que ele estava segurando por mais tempo, espaçamos o tempo para a cada 1 hora. Em pouco tempo, ele já estava indo sozinho ao banheiro.

E é assim até hoje: quando ele sente vontade, arranca a roupa sozinho, corre pro banheiro, sobe no banquinho, no vaso, e resolve o problema. Claro que alguns acidentes ainda acontecem, principalmente quando ele está fazendo algo interessante e não quer interromper, ou depois que ele vai à piscina (porque engole litros de água).

Claro que já aconteceram acidentes no sofá, no carro, na varanda, na minha cama. Mas o saldo total foi muito mais positivo que negativo.

E tem mais essa: acidentes também acontecem com crianças típicas! Outro dia, mesmo, uma amiga contou que o filho dela, de 2 aninhos, fez xixi na roupa de Superman que ia usar no carnaval da escola, sentado no sofá.

Então, que tal encarar o desafio? Cá entre nós: se tem uma coisa que eu não sinto falta é de trocar fralda de cocô. 🙂  

Imagem: Shutterstock

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